Por força da dinâmica tecnológica desencadeada a partir da década de 70 quando o modelo Fordista/Taylorista entrou em esgotamento e novas formas de organização da produção o substituíram, passou a acontecer uma sensível mudança no objeto de estudo e investigação na área metal-mecânica a nível mundial. Os grandes avanços tecnológicos centrados nas máquinas ferramentas foram acompanhados também de significativos estudos na maneira de gerenciar a produção. Os reflexos dessas pesquisas começaram a sensibilizar a Academia no Brasil a partir de meados da década de 70, principalmente através da Escola Politécnica da USP.
Dentro desse contexto, os cursos de graduação em Engenharia de Produção começam a surgir no país. Na Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, o embrião da Engenharia de Produção foi a sua antiga Cátedra no 12 denominada “Estatística Aplicada, Matérias Econômicas e Administrativas”, que em novembro de 1969 foi agregada, na sua maior parte, ao Departamento de Engenharia Mecânica, por decisão da Egrégia Congregação da EESC, procurando atender as normas de Departamentalização da Reforma Universitária que se processava na USP, naquela ocasião.
A Cátedra no 12 era constituída das seguintes disciplinas: Estatística Aplicada, Organização Industrial, Economia, Economia Industrial, Relações Humanas, Higiene e Segurança Industrial, Finanças da Empresa, Contabilidade e Custos, Medida do Trabalho, Estudo do Trabalho, Movimentação de Materiais, Projeto do Produto, Métodos Quantitativos, Processos de Manufatura, Programação e Controle da Produção, Controle de Qualidade e Manutenção, Processamento de Dados, Administração Geral, Administração Salarial, Arranjo Físico.
A partir do final de 1968, os esforços das pessoas componentes de tal núcleo se concentraram no sentido da criação do curso de graduação em Engenharia de Produção da EESC. Assim, em 22 de novembro de 1968 na 30a Reunião Extraordinária da Egrégia Congregação da Escola de Engenharia de São Carlos, era aprovada a criação do curso de Engenharia de Produção.
Na seqüência do processo de criação do curso, em 23 de junho de 1969, o Colendo Conselho Universitário da USP o aprova, sendo também aprovado pelo Conselho Estadual de Educação em 27 de outubro de 1969, por ocasião da sua 278a Sessão Plenária.
Em 05 de dezembro de 1969 era publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo, a Portaria GR-987 de 04 de dezembro de 1969, do Reitor da USP, dispondo sobre a criação do curso de Engenharia de Produção na EESC.
Finalmente, em 15 de setembro de 1971 o Presidente da República através do Decreto no 69.207 autorizava o funcionamento do curso.
Em 19 de dezembro de 1975, colava grau a primeira turma de Engenheiros de Produção formados pela EESC.
No âmbito da Escola de Engenharia de São Carlos, a Área de Engenharia de Produção esteve vinculada hierarquicamente ao Departamento de Engenharia Mecânica (SEM) até dezembro de 2001.
O Departamento de Engenharia de Produção, criado em 2001, conta com 19 docentes e 3 servidores não-docentes. Suas atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão de Serviços à Comunidade são apoiadas por 1 laboratório de Ensino Informatizado, 1 de Apoio Computacional e 7 laboratórios temáticos: Gestão de Operações, Pesquisa Operacional e Sistemas, Simulação e Jogos, Administração e Economia, Sistematização e Integração da Manufatura, Otimização de Processos de Fabricação e Fábrica Integrada Modelo, ocupando uma área de 2250 m2.
Em 2011 inciou-se um amplo estudo de reformulação da Matriz Curricular do curso. Foram ouvidos especialistas externos, professores de todas as áreas do curso e, em seguida, apresentados estudos no sentido de reformulação e a alteração do título do professional formado para Engenharia de Produção. A cadeia de processo de fabricação foi reformulada com a inclusão de uma gama maior de processos, incluindo processos químicos que inexistiam na grade anterior, e a inclusão de disciplinas de automação. As matérias específicas de projeto foram reformuladas para abrigar o método de ensino Project Based Learning. Em 2014, ingressou a primeira turma que irá cursar Engenharia de Produção.
Portanto, hoje ingressam, 50 alunos por vestibular (FUVEST), a maioria deles em primeira opção. A taxa de evasão é praticamente nula dado que as poucas vagas em que há desistentes são comumente preenchidas pelo processo de transferência interna, com outros alunos de engenharia que optam pela Engenharia de Produção.
Esses fatos somados demonstram preocupação com a graduação e o esforço que nela é colocado por todos os docentes. É oportuno citar também que os egressos têm encontrado oportunidade de trabalho, nos diversos setores da economia, e alguns têm continuado a carreira acadêmica, ingressando no curso de mestrado em Engenharia de Produção oferecido pela Área, como resultado do crescente engajamento dos alunos da graduação em Projetos de Pesquisa em Iniciação Científica e nas atividades de Monitoria.
Finalmente, ressalta-se os engenheiros de produção formados pela EESC-USP colocam-se imediatamente após sua formação no mercado de trabalho e, por isto, encontram-se praticamente em situação de pleno emprego.